O Congolinária é uma pequena tenda totalmente vegana focada em servir pratos da gastronomia típica da República do Congo. Localizando na Vila Madalena, o restaurante está na ativa desde setembro deste ano e é comandando pelo refugiado chef congôles Pitchou Luambo.
Conheci o Congolinária pelas redes sociais, logo na sua estréia. Na época, eu estava fora de São Paulo, mas li mil matérias sobre o estabelecimento e fiquei louco para conhecer. Com a minha infinita agenda vegana por aqui, só fui conseguir visitar o espaço há algumas semanas.
O Congolinária fica na rua Dr. Renato Paes de Barros e atualmente faz parte da praça de alimentação O Quintal de Casa, junto com diversas outras tendas que compartilham o espaço. Ao chegar, você entra por uma pequena portinha, atravessa um corredor e chega no salão principal. O Congolinária é a última tenda lá no fundão.
[Atualizando] Atualmente o restaurante se mudou de lugar e está dividindo espaço com o Vitaminado Sucos. O novo endereço é Rua Marinho Falcão, 55, na Vila Madalena.

Quem comanda tudo por lá é o Pitchou Luambo que além de chef vegano também é advogado, ator, produtor cultural, professor de francês e ativista de direitos humanos desde quando morava na África. Há 6 anos, o Pitchou mudou-se para o Brasil refugiado dos conflitos armados que, infelizmente, é uma realidade cotidiana em vários países da África. Aqui em São Paulo, ele também é um dos fundadores do Grist (Grupo de Refugiados e Imigrantes Sem Teto), grupo que trabalha para promover a integração de refugiados de diversos países.
Eu não tinha ideia de como poderia ser a culinária típica do Congo, ainda mais na versão vegana. Cheguei lá super curioso, peguei o cardápio e fui perguntando sobre cada prato para a atenciosa atendente. Resumidamente, ela me explicou que a base dos pratos da culinária congolêsa são vegetais, muito mais do que as carnes. Lá no Congo faz parte da cultura cozinhar em casa com ingredientes simples, tudo artesanal e quase nada industrializado. Assim, a intenção do chef Pitchou é nos oferecer pratos tradicionais do seu país de origem com um toque de Brasil, devido a dificuldade de encontrar algumas coisas típicas de lá por aqui.
Visitei o espaço em um sábado, o movimento era intenso mas fui atendido bem rápido. Pedi uma sugestão para a atendente que quase sem pensar já me indicou de entrada as tradicionais sambusas (típico salgado congolês) que estão disponíveis nos sabores: berinjela, shimeji/shitake, abobrinha e tomate.
Provei a de berinjela e shimeji/shitake, ambas maravilhosas. Massa fininha e crocante. Combinação perfeita com o recheio super bem temperado. Comeria umas 10 facilmente.

De pratos principais, também fomos pela sugestão e os pedidos foram o combinado Simba, o Ngombe e a polenta Fufu.
O Simba é formado pelo pilao (típico arroz congolês servido com vegetais, gengibre e especiarias), o kachore (bolinho de massa de batata com shimeji frito), o mwamba (refogado de couve servido com pasta de amendoim) e o buffet froid (salada de legumes servida com maionese artesanal de batatinha inglesa, azeite e ervas).
O Ngombe é um nhoque de banana da terra ao molho de shimeji. E o Fufu é um tipo de polenta feita com farinha de mandioca fina e farinha de milho.




Para acompanhar a comilança, pedimos o famoso tangawisi (suco de gengibre e abacaxi). Tudo estava ótimo e muito saboroso, mas a combinação do Simba foi o que me ganhou. Inclusive esta ideia do mwamba de fazer refogados com molho de pasta de amendoim eu já aderi pra vida. <3
Apesar de ainda não ter provado, os outros destaques do cardápio são o pomme sautèe (batata temperada frita inteira), o choux (regofado de repolho temperado à moda congolesa) e o docinho de biomassa de banana da terra com amendoim que dá para pedir como sobremesa. Vai ficar para a próxima visita!
Deixo o cardápio atual todo aqui para os curiosos:
Durante a semana o movimento é bem tranquilo. Dá para chegar a qualquer hora e ser atendido rápido. Aos sábados no horário de pico o movimento é bem maior, mas devido a grande quantidade de mesas sempre é possível achar algum cantinho para se acomodar.
E para finalizar, não tenho palavras para descrever a minha admiração pelo Pitchou, começando pela sua história de vida e indo até o seu ativismo vegano neste projeto inspirador. Desejo todo o sucesso do mundo ao Congolinária e muito obrigado por compartilhar conosco um pouco da incrível culinária congolêsa em sua melhor versão, a vegana!
Vela demais a visita!
Congolinária – Descobrindo os sabores do Congo
Aberto: de segunda a sábado; fechado aos domingos. (a confirmar)
Horário: de segunda a quinta-feira das 12hs às 15hs; sexta-feira das 12hs às 15hs e das 19hs às 22hs; sábado das 11:30 às 15hs. (a confirmar)
Serviço: à la carte.
Local: Rua Marinho Falcão, 55, Vila Madalena – São Paulo/SP – Mapa aqui
Facebook: Congolinária
Instagram: @congolinaria
Oi, Victor!
O Pichou Luambo começou uma campanha no Catarse para poder reabrir o Congolinária, você poderia ajudar a divulgar?
https://www.catarse.me/arrecadacao_coletiva_restaurante_congolinaria_descobrindo_os_sabores_do_congo_3c9d